Se eu não viver o suficiente
para conhecer o interior
morto serei uma vida inteira
à superfície das coisas.
Numa tola epiderme
que é mais mosto do que vinho,
neste grande cemitério,
cadáver inacabado,
inebriado pelo vão
e por uma qualquer fácil resolução.
Se eu não viver,
se eu não viver o suficiente,
quebrem-me os ossos quando morrer.
Noz moscada e cravinho
para dar cheiro e sabor
a um cadáver que fede.
Numa alma mais funda que a própria cova.