quarta-feira, 30 de março de 2011
A Lisboa produtiva queixa-se da passividade. Há que ter terno e gravata. Há que ter aquele ar limpo dos vincos das calças. Há que cumprir religiosamente a tradição. E ai do jacobino que não a cumpra. Há que subir aos sétimos andares e cair a pico na rotina. E quem sou eu para contrariar o ruído das tecnologias. Há que colocar o pescoço a jeito ao nó da forca dos fios de telefone. E se a coluna nos oferece hérnias ora muito bem parabéns pela produtividade. Há que andar velozmente atrás do tempo. Ou da falta dele. Há que ser sorridente para as câmaras ocultas colocadas por lojistas mal pagos. E há que ser pago por sorrisos mal colocados. Roubar é feio. E agora, como diz o outro, falto ao escritório, pontualmente, todas as manhãs.