segunda-feira, 2 de abril de 2012

O gato como referente para novas coisas.

O texto foge pelo telhado do universo como um gato.
Vagueia pelas estrelas, fica físico, ganha algumas
semelhanças com um real inventado. As coisas agarram
o texto para gerar experiências; há coisas para os nomes.
O objecto não atende pelo nome próprio; o texto
inventa algum outro referente, ludibria o sentido
com novos sentidos, o próprio real declara falência.
As coisas ganham outro nome dentro das estrelas,
não é real, as palavras não andam por lá.
O gato quer voltar à Terra por medo das alturas,
não encontra sentido na palavra «Terra»,
«alturas» passa a ser outra coisa,
há novas possibilidades, tudo agora
pode ser outra coisa, um real inventado
que existe, a cada nova atribuição.
O gato agora é a própria Terra,
desceu do telhado do universo
coberto de novos significados.
A Terra cheia de Terras. Ronronam
um novo mundo, o real inventado
existe.